TAÇA BRASIL SUB-15/2011

TAÇA BRASIL SUB-15/2011
MUITO OBRIGADO OBRIGADO A TODOS!!!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

‘’O talento, só, não chega, isto é, um jogador sem talento não chegará certamente ao topo, mas também um jogador só com talento, ou seja, que não con

‘’O talento, só, não chega, isto é, um jogador sem talento não chegará certamente ao topo, mas também um jogador só com talento, ou seja, que não consiga melhorar o seu talento e torná-lo eficaz através de uma exercitação constante, também não alcançará o mais alto nível.’’
(Arthur Jorge, 1992)

Segundo Araújo (2004) o talento é um conceito que tem servido para justificar tudo o que não se sabe explicar e que tem a ver com o bom desempenho dos praticantes. Outros vários autores afirmam que indivíduos talentosos possuem qualidades inatas que lhes permitem alcançar desempenhos de excelência numa determinada atividade.
Quando se escuta a palavra ‘’talento’’ no meio esportivo, logo se tem a idéia que quem o detém já está pronto, que tudo que ele precisava para o mais alto nível de desempenho já nasceu com ele. A discussão entre a hereditariedade do talento ou se ele pode ser adquirido vem ocorrendo há tempos e não se está aqui querendo respostas para isso. É incontestável que aspectos físicos ou psicológicos que nasceram com o indivíduo o predispõem ao sucesso, porém sabe-se que é fator fundamental para o êxito de um jovem atleta o treino e não somente as características inatas.
Nessa linha de pensamento, concorda-se com Garganta (2004) ao afirmar que somente o talento não é suficiente, é imprescindível TREINAR. O conhecimento do atleta, a capacidade de condicioná-lo da forma como se pretende jogar (solucionar problemas) só se consegue treinando, e com qualidade. Corrobora-se com o mesmo autor ainda quando se diz que o ‘’talento’’ possibilita e potencializa a aprendizagem, mas não a substitui. Dessa forma, o processo de ENSINO-APRENDIZAGEM-TREINAMENTO é o que vai fazer o jogador existir.
Isso significa que o potencial está armazenado, à espera de ser revelado, mas para isso é preciso ‘’criar’’ as oportunidades e contextos(diversidade de estímulos) para o desenvolvimento que só o treino proporciona.
E ainda sim, somente a prática pode não garantir o sucesso, mas até o momento não se conhece nenhuma outra forma para se tentar alcançá-lo.

Tenho viajado há algum tempo para assistir as competições nacionais das categorias sub-17 e sub-20, à procura de atletas ‘’talentosos’’(conceito relativo, aquele é talentoso para você, pode não ser para outro). Tenho encontrado alguns, porém o atleta talentoso em sua grande maioria tem um traço da personalidade peculiar: ele é egocêntrico, tem dificuldade de se inserir no coletivo, acredita que pode a toda hora ganhar o jogo. Engano dele, ele pode muitas vezes nos fazer refém de seu POTENCIAL e a derrota será a conseqüência, mas cabe aos treinadores , fazê-los enxergar esse outro lado da história.
Além disso, possuem dificuldade defensiva, marcam mal 1x1 e não entendem o significado da palavra ‘’retorno’’, mas também cabe aos treinadores a fazê-los compreender a dinâmica do jogo, e o significado de ‘’correr para trás’’.
Pensando nisso, no clube que trabalho atualmente montou-se um Projeto Talentos. São jogadores das categorias sub-15 a sub-20 que tem grande potencial e que treinarão mais que todos os outros. Mas como assim??? Eles são os mais talentosos, e treinarão mais???
Isso mesmo! Se eles são os mais talentosos, quer dizer que possuem mais potencial, porém isso só se tornará realidade se nós os condicionarmos aos nosso princípios de jogo agora e educarmos eles no sentido que só o ‘’talento’’ pode não ser suficiente para se tornarem grandes jogadores.
Dessa forma, acredita-se que um bando de talentosos podem não chegar a lugar algum, mas uma equipe de jogadores com grande potencial tem grandes chances de sucesso.

(Sawyer, 2006)’’....as idéias não surgem magicamente do nada na cabeça de um gênio(...) teremos que esquecer esses mitos românticos de que a criatividade tem tudo a ver com ser artístico e dotado nada com trabalho duro.’’
http://trajetoriadabola.blogspot.com

Modelo de jogo, um bom começo para a temporada

´ O êxito no futebol tem mil receitas. O treinador deve crer numa, e com ela seduzir os seus jogadores.´´ (Valdano,1998)



A frase acima não deixa dúvida, no esporte não existe verdade absoluta, acredito que não seja só no esporte, mas aqui é o que nos interessa. Há muito venho editando e analisando vários jogos de futsal das principais competições nacionais, buscando entender a ´´essência´´ de cada equipe, na verdade não só das ações dos jogadores, mas do que está por trás disso. E o que está por trás disso???

O que o treinador acredita! (Na verdade não edito a Equipe, e sim o Treinador)

Essa foi a resposta mais rápida que passou pela minha cabeça. Se a concepção de ´´treinar´´ é condicionar comportamentos, nada mais certo que se um treinador acreditar em algo, ele irá condicionar seus atletas a agirem daquela forma. (assunto abordado no ´´post – Treinando princípios e não exercícios´´).

E inevitalmente, o treinador tendo ou não consciência disso, ele tem um ´´Modelo de jogo´´. Segundo Moigne (1990), se se pretende dar forma a um fenômeno complexo, deve-se modela-ló . O mesmo autor afirma que um modelo serve para tornar inteligível e entendível algo que é complexo, e nada como a complexidade dos jogos esportivos coletivos para despertarem a necessidade de elaboração de um modelo. Ou seja, o treinador tem um conjunto de idéias relativas ao jogar que pretende, e isso irá orientar todo processo de treino.

Levando isso em consideração, o modelo de jogo é imprescindível na construção de uma equipe, uma vez que ele orientará tudo. Além disso, será um ´´guia´´, um referencial, principalmente nos momentos que os resultados não aparecerem e que a pressão por todos os lados aumentar. Ele permitirá que a comunicação motriz dos jogadores esteja sem ´´ruído´´ algum, mesmo no momentos mais difíceis.



´´Formar uma equipe é como criar um estilo, uma atmosfera. Trata-se, acima de tudo, de dar alma a um conjunto de onze futebolistas.´´

(Lobo, 2003)

Mas, essa idéia comum de jogo deve ser embasada por Princípios, e esses devem ter sustentação de sub-princípios que não surgirão da noite para o dia.Para se ter um ataque consistente, uma defesa que desarma e um contra-ataque eficiente será preciso experimentar, tentar, errar, estudar….

E com o tempo você vai acreditando no que você está fazendo, e seus jogadores começam a acreditar em você, até o ponto que eles acham que foram eles os criadores de tudo!

Caso isso aconteça, perfeito!!!! É sinal que realmente eles estão bem treinados naquilo que você delimitou como seu ´´modelo de jogo´´.

Na verdade, todo esse processo é construído em conjunto, pois lembre-se que seus princípios devem ser ESPECÍFICOS ao perfil de jogadores daquela temporada.



´´Não adotamos um modelo de jogo, nós criamos um modelo de jogo.

(Oliveira, 2004)



Além de serem específicos ao perfil de jogadores, também devem ser específicos a ´´cultura´´ do clube e a estrutura do clube. Não adiantará você ter uma equipe com pouca qualidade técnica e querer ter um ataque consistente, a definição do modelo envolve também o conhecimento do treinador para tomar decisões naquele momento e também o conhecimento da modalidade.

Mas, cuidado!!! Será que a criação de um modelo de jogo não tornará

sua equipe previsível???

No treino tem que existir espaço para a individualidade, para a inovação (situações muitas vezes difíceis para os treinadores perfeccionistas como eu , que desejam controlar tudo!!!), pois são elas que desequilibrarão uma partida.

Caso contrário uma edição de vídeo numa preleção antes do jogo pode interferir no resultado….



´´O futebol é uma combinação de organização coletiva, mas de exaltação da capacidade individual.´´

(Valdano, 1998)





Citações foram tiradas do estudo:

(Batista, 2006) Organização defensiva: Congruência entre os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios de jogos definidos pelo treinador e sua operacionalização. Monografia de licenciatura em Desporto e Educação física, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

http://trajetoriadabola.blogspot.com/

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Métodos de Jogo Defensivo


Métodos de Jogo Defensivo: Misto

Vantagens
Oferece excelente segurança defensiva.
Não é fácil o adversário criar superioridade numérica.
Permite trocas/compensações constantes.


Desvantagens
Requer a leitura constante das situações de jogo, assim como a antecipação das ações dos adversários.
Necessidade de um grande espírito de solidariedade e alto grau de responsabilidade individual.
O defensor joga, por vezes, em zonas a que está menos habituado.




Métodos de Jogo Defensivo: Individual

Vantagens
Cada jogador é responsável por um adversário.
É de fácil assimilação.
Adapta-se a qualquer táctica adversária.
Estimula os jogadores e ajuda-os a desenvolver as suas aptidões.
Permite pressionar o adversário em qualquer zona do campo.


Desvantagens
É necessária uma excelente condição física.
Os jogadores têm de estar concentrados durante todo o tempo de jogo.
Não existem coberturas defensivas.


Métodos de Jogo Defensivo: À Zona

Vantagens
Favorece o contra-ataque.
O jogador com bola está constantemente vigiado.
Facilita as compensações.
Reduz o número de faltas da equipe.
Facilita as coberturas.

Desvantagens
Se o adversário movimenta a bola rapidamente, é difícil tapar todos os espaços.
A entrada de 2 jogadores pela mesma zona pode criar muitos problemas.
A primeira linha defensiva tem um grande desgaste físico.
É difícil defender muito longe da baliza.

Prof. Bruno Fuzeiro



www.portaldofutsal.com

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A importância da tomada de decisão num jogo de Futsal

A importância da tomada de decisão num jogo de Futsal

Sabemos que um jogo de futsal, é uma actividade com um tipo de esforço intermitente e com um dinâmica muito particular, existindo no decorrer do jogo uma constante mutação das diversas situações. Hoje em dia ouvimos falar muito em modelos de jogo, incluído os sistemas ofensivos e defensivos x e y, com esquematização de jogadas e estratégias de cantos, foras, livres, etc mas muitas vezes esquecemos-nos de que o futsal em um jogo em constantes alterações e que numa mesma situação, as coisas são diferentes, ora porque um jogador já se posicionou de outra forma, ora por o outro optou por outro tipo de acção. Onde quero chegar? A verdade é que é importante as equipas possuírem os seus modelos e sistemas de jogo para uma melhor organização, mas agora estes tem de ter a capacidade de serem mutáveis consoantes as várias situações que aparecem durante o jogo, e dai provem a capacidade de tomada de decisão por parte do jogador. Na minha opinião um bom jogador é aquele que consegue ler a situação de jogo e tomar a melhor opção e a mais vantajosa, ao invés daquele que mecaniza em vez que entender.

Sou apologista que uma equipa apresente as movimentações padrões de forma a equipa saber o que anda a fazer, mas o mais importante é dar armas (várias opções) aos jogadores de forma a estes poderem decidir qual delas ser a melhor naquela circunstância. Um exemplo prático: 1ª movimentação é um diagonal com o pivot a fazer a busca ao meio, o ala que recebe a bola tem a opção de fazer uma tabela simples com o pivot ou de jogar na diagonal ou ainda de virar o jogo para o ala contrário para este jogar no fixo que saio na diagonal. Ainda pode acontecer o pivot não optar por pedir a bola no meio e sai imediatamente na paralela. Ou seja, a movimentação padrão é a mesma, mas o jogadores sabem que tem 4 opções de sair a jogar e de se movimentar a partir da tomada de decisão do jogador da bola.

O que acontece muitas vezes é as equipas terem as movimentações muito definidas e uma equipa que saiba defender só cai nela à 1ª vez, porque da 2ª já vai tentar eliminar a acção, e a equipa que ataca já está rotinada a fazer aquilo que mesmo que a linha de passe esteja cortada, tenta meter lá a bola na mesma.

Por exemplo em Espanha , que é certamente o melhor campeonato do mundo de futsal, todos os treinadores e equipas treinam muita a tomada de decisão dos jogadores, dando uma enorme importância a este factor.

Nuno Marques

Profissionalizar o Futsal



Quando falamos em profissionalizar o futsal, da uma tremedeira em muita gente, mas o que estamos vendo é que a cada dia o futsal como outras tantas modalidades esportivas já tem uma formatação profissional.
Estão envolvidos profissionais de várias áreas, são elas: Educação Física, Medicina, Fisioterapia, Direito, Administração entre outras.
O que mais me preocupa , são as atitudes amadoras, de muito dos dirigentes e atletas que administram e jogam nas mais diversas equipes pelo mundo afora.
Isso não é privilégio exclusivo do Brasil, mas também na Europa, Ásia, África, América do Sul, , Central e do Norte. Recebo ligações, e-mails de atletas dizendo que estão sem receber o que ficou combinado, também recebo ligações e e-mails de dirigentes que dizem que os atletas não se comportam como atletas e sim como jogadores, por esses motivos que suas equipes não vão bem , no meio da competição mandam o atleta embora, isso sem falar nos outros profissionais.
Compromissos, responsabilidades , palavras acordadas, isso não existe, a maior parte nem está ai para a “hora do Brasil”, aí eu pergunto, cadê o tal profissionalismo?
Precisamos vincular o profissionalismo nas ações dos clubes , federações, atletas.
Aqui no estado de Santa Catarina não estão sabendo aproveitar os grandes craques que estão nas equipes de ponta, a Federação Catarinense comandada pelo João Souza deveria utilizar ações na área de Marketing para não só promover a competição, mas sim dar uma condição melhor aos clubes que irão disputar uma das competições mais forte do nosso país.
Com todo respeito a todas as equipes do nosso estado, mas as equipes que fazem parte das chamadas de trem pagador, são Krona, Unisul, Florianópolis e agora a mais nova debutante na Liga Nacional, Concórdia dos amigos Artêmio e Serginho.
Precisamos dar condições melhores as equipes que fazem parte do seleto grupo de 12 equipes no Estadual Catarinense.
Precisamos viabilizar uma TV, para passar jogos, não uma TV que assina um contrato e não transmite jogos e sim utilizam o contrato para não deixar que outras transmitam os jogos. Precisamos trazer patrocínios para que as taxas de arbitragem não saiam do caixa dos clubes, buscar uma empresa de material esportivo, que faça parte da competição dando condições melhores para os clubes, dando bolas para os clubes, material esportivo para a arbitragem e seleções, os clubes precisam criar propriedades a serem vendidas, assim estarão criando recursos para minimizarem seus gastos.
Uma outra ação é o desenvolvimento de produtos para serem licenciados e vendidos em prol das equipes.
Vamos profissionalizar só assim estaremos aptos a assumir compromissos e estaremos assim criando meios para o fortalecimento de nossas equipes.

http://www.lionsportdobrasil.blogspot.com/
Kleber Rangel

Metodologia do jogo condicionado para o desporto futsal

Metodologias de Ensino para o Aprendizado do Desporto Coletivo - Futsal

O desenvolvimento das diferentes modalidades desportivas tem sido influenciado por diferentes correntes de pensamento e pelos conhecimentos provenientes de múltiplas disciplinas cientificas. Esses conhecimentos tiveram um impacto importante nas modalidades individuais como o atletismo e a natação e posteriormente nos jogos desportivo coletivos, através da transposição direta de meios e métodos, sem ter em consideração a especificidade estrutural e funcional deste grupo de desporto.

Umas das conseqüências mais evidentes tem sido a obsessão pelos aspectos do ensino/aprendizagem centrados na técnica individual, segundo Bonnet (1983) apud Voser (1999), partindo-se do principio que a soma de todos os desempenhos individuais provoca um apuro qualitativo da equipe e também que o gesto técnico aprendido em forma analítica possibilitando uma aplicação eficaz nas situações de jogos.

Desde os anos 60 anos, que a didática dos jogos desportivos coletivos repousa numa análise formal e mecanicista de soluções pré - estabelecidas. O ensino destas modalidades tem freqüentemente consistido em fazer adquirir aos praticantes sucessões de gestos técnico, empregado - se muito tempo no ensino da técnica e muito pouco ou nenhum no ensino do jogo propriamente dito Grehaigne e Guillon, (1992) na obra de Voser (1999).

Nos dias de hoje as aulas dos jogos desportivos coletivos apresenta-se quase a mesma forma: 1ª parte – aquecimento com ou sem bola.

(habitualmente sem bola); 2ª parte – corpo principal da aula, onde são abordados os gestos específicos da atividade considerada, através de situações simplificadas, com ou sem oposição; 3ª parte – em função do tempo disponível utiliza-se formas jogadas (jogos reduzidos ou jogo formal).

Ora nos jogos desportivos coletivos o problema fundamental que se coloca ao individuo que joga é essencialmente tático. Trata-se de resolver uma situação, varias vezes e simultaneamente, cascatas de problemas não previsto a priori na sua ordem de ocorrência, freqüência e complexidade. Para Metzler (1987) citado por Bento (1997), é conveniente que a técnica responda as situações do jogo, na medida em que o jogador deve, numa situação de oposição, coordenar as ações com a finalidade de recuperar, conservar e fazer progredir a bola, tendo como objetivo abeirar-se da zona de finalidade e concretizar gol ou ponto.

Voser (2002), caracteriza as metodologias de aprendizagem fazendo uma referência da atitude do educador, complementa o autor que devido às crises e indefinições entre o tipo de educação proposta e o homem que se quer formar, não se pode unificar postura correta e imparcial entre educadores. Existem educadores que se engajam numa sistemática em que os valores da sociedade não podem ser modificados, porque acreditam que tudo está bem. Surgem educadores que agem apenas como repassadores de conteúdos acrítico e descomprometido com a empatia da missão educativa. Para eles, implicações ideológicas e sociais, que devem reger as atividades docentes, são ignoradas.

Há um terceiro grupo, minoritário, que foge às normas instituídas ao não difundir os valores impostos. Essa minoria, isolada, pouco compreendida, acredita que a função precípua do trabalho docente, alicerçada na competência, na sensibilidade, na criticidade, no espírito inovador e na educação eficiente, é ajudar o educando a se descobrir, a se expressar e a se libertar, contribuindo para a criação de homens novos. Sua maior tarefa é a de ajudar educandos a se descobrirem e a vivenciarem valores que os façam sentirem-se atuantes e responsáveis por seus destinos.

Ao se analisar a atuação dos mestres, deparar-se-á com pessoas que não visam o educando enquanto ser. O educando é agente do processo educativo, onde deveria fundamentar-se na indagação permanente e criativa, na necessidade de humanizar a si, a sociedade e aos seus dirigentes, confiando neles a partir da recriação de um mundo mais denso de amor e muito mais criativo.

Se os educadores passarem a acreditar na necessidade de mudanças na práxis educativa, criando-se um modelo educacional duradouro, estarão revelando a preocupação em desenvolver as potencialidades do indivíduo.

Estes devem revestir-se de coragem, de envolvimentos conscientes e iniciarem a redefinição dos valores educativos, redescobrindo técnicas e metodologias, adequando-as aos conhecimentos a serem desenvolvidos e ao tipo de homem que se quer formar, gerando seres preparados para desempenharem o seu papel na coletividade como arautos dos novos tempos.

Para tanto é, preciso competência, dedicação, comprometimento com mudanças, domínio de conhecimento, sensibilidade, conhecer e saber usar a metodologia adequada.

Portanto, o resultado final desse processo de ensino baseado em métodos comprovadamente eficazes e pedagogicamente adequados deve ser o de adultos conscientes do valor educativo do esporte, sejam eles atletas de competição ou de recreação.

Para Graça (1995) o método de ensino adequado é o caminho mais rápido e fácil para se atingir os objetivos e metas essenciais de qualquer modalidade esportiva. Para que isso aconteça, o professor de Educação Física seja ele técnico ou não, deve ter conhecimento e sensibilidade suficientes para empregar os métodos adequados para cada situação de ensino do jogo de Futsal.

Segundo Costa (2003) dentro da metodologia de ensino do Futsal, podemos visualizar três métodos básicos de ensino: o método parcial, o método global e o método misto.

O método parcial consiste no ensino do jogo do Futsal por partes, através do desenvolvimento dos fundamentos, habilidades motoras que compõem o jogo por etapas, para ao final da aprendizagem, agrupá-los no todo, ou seja, num único conjunto, que será o próprio jogo de Futsal.

No entanto, como em qualquer metodologia existem as vantagens e desvantagens a considerar. No caso do método parcial temos as seguintes vantagens: possibilita o treino motor correto e profundo de todos os elementos da técnica do jogo; possibilita ao professor aplicar correções imediatas à realização de um gesto técnico errado por parte do aluno; o acompanhamento dos progressos de aprendizagem sob a forma de avaliação de desempenho é facilmente realizável; o método permite ao professor trabalhar dentro dos estágios de aprendizagem, individualizando o ensino das habilidades, respeitando, dessa forma, o ritmo de aprendizagem de cada aluno.

No entanto esse método apresenta as seguintes desvantagens: não possibilita o jogo por imediato, por conseqüência, não motiva a sua pratica; cria-se um ambiente que não há criatividade por parte dos alunos; pode proporcionar um ambiente monótono e pouco atraente; por se trabalhar as habilidades motoras, o método parcial não consegue criar situações de exigências próprias do jogo.

O método global consiste em desenvolver e proporcionar a aprendizagem do jogo através do próprio jogo. Ensinar alguma habilidade motora apresentando - a desde o inicio, e utilizando-a como forma de aprendizagem. Através deste método, permite a vivência com as mais variadas formas de jogar futsal desde o primeiro contato com o esporte por parte do aprendiz.

O professor, neste método, deve levar em consideração a situação em que o jogo será aplicado. Ao determinar o jogo, além do objetivo pedagógico, devem ser observados alguns pontos, como número de alunos, espaço disponível para a prática e o material a ser utilizado. Como no método anterior neste também há vantagens e desvantagens a serem consideradas.

São as vantagens do método global: possibilita que desde cedo o aprendiz comece a praticar o jogo; a técnica e a tática estão sempre juntas; permite a participação de todos os ele mentos envolvidos, como o movimento, a reação, percepção, ritmo e outros; aumenta a motivação da pratica. Mas esse método apresenta as desvantagens como: o aluno demora a ver seu progresso técnico, o que pode provocar a desestimulação; não proporciona uma avaliação eficaz sobre o desempenho do aluno; a repetição não é uma constante neste método; não permite o atendimento das limitações individuais.

Já a junção dos métodos anteriores de ensino, que resulta no que é chamado de método misto de ensino do futsal. O método misto possibilita a prática de exercícios isolados, bem como a iniciação ao jogo através das formas jogadas de futsal. Baseado neste objetivo e conforme o desempenho da turma, o professor enfatiza mais os jogos, que são à base do método global, ou aplica mais a execução isolada dos fundamentos, através de exercícios, que formam o método parcial.

Neste método, é necessário respeitar o principio das séries metodológicas, no caso, série de exercícios e serie de jogos. Este método também permite que o professor utilize dentro da mesma aula exercícios e jogos, independente da ordem ou quantidade de atividades estabelecidas, mais jogos ou mais exercícios.

Como nos métodos anteriores, existem as suas vantagens e desvantagens. As vantagens são todas as apresentadas pelos métodos parcial e global. No entanto, a desvantagem é de que o professor pode, pela alternância de exercícios e jogos, confundir-se, não percebendo o momento mais oportuno para aplicar cada situação de ensino, podendo, dessa forma, perder-se dentro do objetivo do seu trabalho.

O processo de ensino-aprendizagem para Ferreira (2001) deve ser orientado através do desenvolvimento harmônico, integrado e simultâneo. Dessa forma, consideramos que no Futsal o processo de aprendizagem ocupa um papel importante, pois todas as ações realizadas determinam à situação propostas. A importância da aprendizagem, do método de ensino, justifica-se pela necessidade da formação de um aluno inteligente que possa resolver, da maneira mais apropriada, os problemas que ele encontra em forma de situação de jogo.

O processo de desenvolvimento das capacidades, especificamente no que se refere à possibilidade de elaboração de regras de antecipação do comportamento, estará diretamente ligado aos métodos de ensino empregados.

Garganta (1995) descreve que os métodos de ensino devem proporcionar ao praticante o desenvolvimento harmônico de todos os componentes do rendimento inerentes à prática esportiva. Com isso, as capacidades de aprendizagem devem constituir-se em uma unidade estrutural, responsável pela condução e regulação de todo o processo de ensino-aprendizagem.

Para o autor quando trabalhamos com desporto coletivo, não podemos esquecer do envolvimento global do jogo. Entende-se por envolvimento global do jogo os seguintes aspectos:

eu e a bola;
eu a bola e o alvo;
eu, a bola e o adversário;
eu, a bola, o companheiro e o adversário;
eu, a bola, a equipe e os adversários;

O jogo segundo o autor é uma unidade e, como tal, sem o domínio das diferentes técnicas se torna quase impossível jogar bem. Garganta (1995) complementa que existem diferentes formas de ensinar os Jogos Desportivos Coletivos, decorrentes de diversas interpretações e sofrendo a influência, mais ou menos marcada, de várias correntes. O mesmo caracteriza três formas didático-metodológicas, são elas:

Forma Centrada nas Técnicas – o aprendizado acontece através do ensino das técnicas analíticas para o jogo formal, o jogo é decomposto em elementos técnicos (passe, chute e outros), e existe uma hierarquização das técnicas. Como conseqüência acontece um jogo mecanizado, pouco criativo com comportamentos estereotipados, existindo problemas na compreensão do jogo.

Forma Centrada no Jogo Formal – no aprendizado existe uma utilização exclusiva do jogo formal, o jogo não é condicionado nem decomposto, a técnica surge para responder a situações globais não orientadas. Como conseqüência o jogo é criativo, mas com base no individualismo, virtuosismo técnico contrastado com anarquia tática, com soluções motoras variadas, mas com inúmeras lacunas táticas e descoordenação das ações coletivas.

Forma Centrada em Jogos Condicionados – o aprendizado acontece através do jogo para situações particulares, o jogo é decomposto em unidades funcionais, ele é sistemático e de complexidade crescente, os princípios dos jogos regulam as atividades. Como conseqüência as técnicas surgem em função das táticas, de forma orientada e provocada, existe ênfase na inteligência tática com uma correta interpretação e aplicação dos princípios do jogo, favorecendo a viabilização da técnica e da criatividade nas ações do jogo.

Para Balbinotti (1997) apud Voser (2002), as principais tendências pedagógicas no âmbito desportivo são as reprodutivas e construtivistas. A concepção reprodutivista (tradicional) é aquela que prioriza as capacidades intelectuais, o primeiro objetivo e a formação do homem.

A tônica dessa concepção é uma exposição de conhecimentos por parte do professor, dirigidos a educandos ouvintes e passivos, bem comportados e reprodutores. A concepção construtivista para o autor, pressupõe estratégias de intervenção pedagógica manifestas através da integração entre educação intelectual e corporal, e de um conceito de autoconstrução. Isso significa que o processo de elaboração do conhecimento se dá com participação e a intervenção ativa do individuo em todas as atividades de aprendizagem.

O professor realiza um papel de agente estimulador das relações de interação, e o individuo passa a ser um agente ativo. Já para Heinila (citado por Ferreira, 1994) divide os modelos de ensino para iniciação esportiva em modelo de reprodução, este caracterizado pela atitude acrítica, nele o esporte é valorizado como paradigma ideal de educação, reproduzindo os padrões sociais da classe dominante. Nesse sentido, os objetivos servem para conservar e reforçar as diferenças entre as classes sociais.

O esporte neste modelo tem como fonte de ensino as técnicas, as habilidades esportivas e o conhecimento dos mecanismos psicofisiológicos do treinamento desportivo. Suas fontes provêm da performance e das vitórias esportivas, das competições e das classificações por desempenho. O professor é visto como controlador de atividades, treinador e técnico, preocupado em fazer do aluno um atleta em potencial, seu objeto de treinamento. O modelo de transformação, por sua vez, é caracterizado pela atitude de reflexão sobre a realidade, modificando a percepção que o indivíduo tem de suas experiências e do mundo que o cerca.

A Educação Física é um processo consciente dos sujeitos sobre a realidade esportiva, onde o foco do ensino é o educando capaz de decifrar o mundo que o cerca. A perspectiva de transformação tem como fonte de informação o conhecimento funcional da natureza do homem e como fonte de normas um amplo processo de negociação com as crianças, partindo de seus interesses, necessidades e motivações.

O professor neste processo é visto como um facilitador e orientador das atividades, preocupado em estimular uma participação maior e mais consciente dos alunos em todos os níveis. Para Voser (2002) todos os métodos referenciados de ensino do desporto são importantes, mas para obter êxito em suas aulas é importante considerar os seguintes aspectos:

- estabelecer vínculo afetivo com os alunos;
- transmitir apoio e segurança;
- usar o reforço positivo;
- manter a motivação;
- trabalhar coma s diferenças, assegurando a participação de todos;
- promover a convivência entre meninos e meninas;
- enfatizar as capacidades motoras;
- estimular a interdisciplinaridade;
- explicar e demonstrar a atividade quantas vezes se fizer necessário;
- incentivar os alunos à criação e à reformulação da regra;
- considerar o contexto e o interesse da turma.

Ao ensinarmos e treinarmos qualquer desporto coletivo aos alunos/atletas, não podemos esquecer aspectos, sociais, motores, afetivos e o conhecimento a ser adquirido, e principalmente a satisfação dos alunos/atletas em praticar atividades esportivas.


Metodologia dos Jogos Condicionados

São jogos com objetivo de desenvolver situações específicas do desporto Futsal. Criam-se jogos onde a finalidade é repetir estas situações por diversas vezes. Neste modelo o aluno executa e aprende o objetivo proposto, mas também, pratica o jogo de Futsal e suas relações como: ataque, defesa, fundamentos técnicos, regras...

Os jogos pretendem estimular nos alunos inteligência tática, técnica individual, noção de regras, autonomia, responsabilidade, poder de decisão, resolução dos problemas, criatividade e inclusão de uma forma dinâmica, motivadora e criativa. Desta maneira o aluno se faz importante para equipe, pois ele é peça integrante do todo.

Para Santana (2004), antes do método vem à criança, o método deve perseguir esta e não ao contrário. O método deve encontrar-se com a habilidade mais peculiar da criança, que é a imaginação, isto é, a capacidade de inventar, que é sua especialidade. O método deve permitir a mágica de ver para dentro.

A habilidade de inventar que nos permitiu construir cultura e garantiu a sobrevivência da espécie. Em se tratando de métodos, a pergunta pedagógica é: o que se deve estimular na criança que aprende o desporto.

A automatização desse ou daquele gesto, posicionamento, jogadas ensaiadas ou a capacidade de se adaptar a situações novas, de resolver problemas ou de improvisar.

A metodologia do jogo condicionado estimula a inteligência tática de perceber o espaço, o colega, o adversário, de decidir, de antecipar-se, da colaboração, da autonomia, do respeito e principalmente do coletivo. Para isto é importante o professor abandonar a idéia de que a criança precisa dominar o gesto técnico para depois jogar. Este tipo de crença separando o que fazer, do como fazer, deixa a criança, a ingrata herança de automatizar movimentos. Este método sufoca a imaginação, mais atrapalhando do que ajudando.

A prática deste método integra os alunos com o que estão fazendo, levando-os a pensar, comprovar, relaxar, trabalhar, ousar, lembrar, experimentar, criar e absorver. São fundamentais para o desenvolvimento do aluno, caracterizando-se como uma atividade competitiva, envolvendo regras aceitas pelo grupo, permeada pela tensão e o prazer, onde a fantasia se mistura à realidade. Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, apesar de ser uma atividade lúdica, a situação de jogo é extremamente séria, envolvendo o iniciante como um todo.

Cabe ao professor ou ao técnico planejar diferentes tipos de jogos, que levarão a criança a aprender, desenvolver-se e atingir os objetivos propostos pelo desporto.

Características da Metodologia dos Jogos Condicionados

Tipos de Jogos

- JOGOS TÉCNICOS
- JOGOS RECREATIVOS
- JOGOS TÁTICOS DE ATAQUE
- JOGOS TÁTICOS DE DEFESA
- JOGOS COM VANTAGEM E DESVANTAGEM NUMÉRICA
- JOGOS PARA FUNÇÕES E POSIÇÕES
- JOGO FORMAL
- JOGOS PARA REGRAS DE FUTSAL

Objetivos na Aplicação dos Jogos

- AQUECIMENTO PARA AS AULAS.
- DESCONTRAÇÃO ENTRE OS ALUNOS E PROFESSOR.
- TRABALHO COLETIVO.
- DESENVOLVE A TÉCNICA INDIVIDUAL DOS ALUNOS.
- DESENVOLVE O ASPECTO TÁTICO DA EQUIPE E DOS ALUNOS.
- MELHORA A RELAÇÃO INTERPESSOAL DOS ALUNOS.
- TRABALHA O ESPIRITO COMPETITIVO.


Seleção e Aplicação dos Jogos

- DEVE ESTAR DE ACORDO COM O NÍVEL DE APRENDIZADO DOS ALUNOS QUE IRÃO EXECUTAR.
- O JOGO DEVE SER ADAPTADO À CAPACIDADE MOTORA E PSCICOMOTORA DOS ALUNOS.
- EVITAR APLICAR JOGOS COM O GRAU DE DIFICULDADE DE ENTENDIMENTO ELEVADO.
- APLICAR OS JOGOS DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA DOS ALUNOS.
- IR AUMENTANDO O GRAU DE DIFICULDADE DOS JOGOS DE ACORDO COM A ASSIMILAÇÃO DOS ALUNOS.

Didática para Execução dos Jogos

- MATERIAL APROPRIADO PARA REALIZAÇÃO DOS JOGOS.
- LOCAL DEMARCADO PARA REALIZAR OS JOGOS.
- ATENÇÃO POR PARTE DE ALUNOS E PROFESSOR.
- AO SEPARAR AS EQUIPES TENTAR NÃO REPETI-LAS CONSTANTEMENTE.
- EXPLICAÇÕES CLARAS A RESPEITO DOS JOGOS.
- ESCLARECER AS DÚVIDAS QUE SURGIREM DURANTE A REALIZAÇÃO DOS JOGOS.
- CORRIGIR SEMPRE QUE NECESSÁRIO OS JOGOS E ESTIMULAR OS ALUNOS.
- PARALISAR OS JOGOS SE AS REGRAS FOREM VIOLADAS.

Capacidades que os Jogos Condicionados Influenciam

Capacidades Coordenativas

A capacidade coordenativa diz respeito à técnica do jogador (passe, chute, drible, deslocamento e outros). Segundo Michels (1981) apud Leães (2003), os jogos condicionados aumentam a participação do jogador, em função da proximidade da jogada, contribuindo para o desenvolvimento técnico-tático.

Os jogos condicionados permitem que o jogador tenha um maior contado com a bola, e execute mais os objetivos pré - estabelecidos em um período de tempo menor e com uma visão global do jogo.

Na medida que aumenta a participação do jogador, conseqüentemente acontece uma evolução técnica. Quanto mais o jogador toca na bola, aumenta o índice de tomadas de decisão, com isso aumenta o número de erros, e obriga o jogador a buscar novas soluções e métodos para minimizar os erros. Paralelamente a evolução técnica, desenvolve-se o raciocínio e a autonomia do atleta.

Capacidades das Habilidades Perceptivo – Motoras e Tomadas de Decisão

O processo perceptivo nos permite a relação da consciência corporal e o meio ambiente externo e interno (nosso corpo).
Para Elliot/Mester (1995) apud Leães (2003), os jogos condicionados permitem ao atleta o reconhecimento da interação do seu corpo com o adversário, colegas e a bola.

A tomada de decisão é a seleção da forma correta de agir, que o atleta encontra no momento que este é chamado para interferir no jogo.

Com os jogos condicionados aumenta a freqüência de interação do atleta e as tomadas de decisão durante os jogos, acontecendo um progresso do mesmo dentro do jogo.

Capacidades Táticas

As movimentações executadas com e sem bola pelos jogadores e as capacidades coordenativas determinam o desempenho do atleta. Ao jogador não basta uma capacidade tática individual, mas também uma capacidade coletiva. Os jogos condicionados segundo Leães (2003), contribuem no desenvolvimento tático do jogador, pois o mesmo tem uma participação constante nas situações que ocorrem durante o jogo. Os jogos condicionados exercitam as situações que acontecem durante as partidas varias vezes. Os jogos são um processo de ensino – aprendizagem, com isto, contribuem para formação tática do atleta.


Capacidades Psicológicas

Conforme Dorín (1995) apud Leães (2003), a motivação é um dos fatores que influenciam no processo de ensino – aprendizagem. A competição é instrumento imprescindível na motivação do atleta, e os jogos adaptados encaixam-se perfeitamente neste aspecto motivacional.

Os ambientes competitivos e o prazer de jogar do atleta estimulam o processo de ensino – aprendizagem. Para o jogador desempenhar seu papel satisfatório durante a partida é importante que o ambiente de treinamento seja motivante. Um treino monótono desestimula o atleta, e este leva para quadra estes sintomas.
Segundo Luxbacher (1999) os atletas devem esta excitados e estimulados no processo de aprendizagem.

Os jogadores devem conviver num ambiente saudável, desafiador e competitivo e sentir-se parte integrante e importante do contexto. É neste aspecto que os jogos adaptados se encaixam perfeitamente no processo.

Capacidades Condicionais (Físicas)

As capacidades condicionais influenciam diretamente na performance do atleta e são interdependentes durante o jogo. Os jogos condicionados além de influenciarem nos aspectos técnicos e táticos estão interligados as capacidades físicas (força, velocidade, resistência e outras).

Para Carravetta (1997) a aplicação do jogo condicionado influencia na resistência anaeróbica dos jogadores, fator determinante nos jogos de futsal.

Os jogos condicionados por serem de grande intensidade e movimentação estimulam várias valências físicas necessárias para o atleta de futsal, contribuindo com o trabalho físico do preparador, tomando cuidado para não sobrecarregar o jogador.

Influência dos Jogos Condicionados no Desenvolvimento da Criança

O desenvolvimento do ser humano envolve três dimensões: psicomotor, cognitivo e afetivo-social. Os três estão intimamente interligados e sua divisão é meramente didática. Portanto, cosiderá-las como tal é a base para uma formação integral do aluno. A criança e o adolescente devem ser considerados como seres únicos e particulares e não como adultos em miniaturas devem ser respeitados em suas várias fases de desenvolvimento, assim como em seus anseios, temores, expectativas e necessidades.

1- Dimensão Psicomotor – Este domínio envolve a organização do corpo e do movimento do indivíduo no tempo e no espaço. Este domínio está relacionado com os fundamentos técnicos, bem como com as capacidades físicas e coordenativas. A capacidade motora é um dos eixos básicos para o rendimento esportivo, fazendo com que o iniciante possa estar apto a organizar da melhor forma possível uma composição complexa de qualquer movimento, a fim de permitir as partes do corpo envolvidas trabalharem coordenadamente. Os jogos na iniciação são importantes na medida em que propiciam o desenvolvimento das capacidades físicas e coordenativas, alem da aprendizagem e do aperfeiçoamento dos fundamentos técnicos específicos da modalidade esportiva, contribuindo para melhoria do domínio psicomotor.

2- Dimensão Cognitiva – Esta dimensão envolve todos os processos cognitivos ou do pensamento. Nesta dimensão é muito importante a capacidade de perceber e antecipar estímulos, a fim de gerar uma tomada de decisão. Nesta dimensão, que têm relação direta com o intelecto e raciocínio, devem ser considerados alguns componentes, como: percepção, antecipação, tomada de decisão, memória motora, imaginação do movimento e capacidade de reação. Os jogos são atividades estimulantes para o desenvolvimento dos processos cognitivos. O domínio cognitivo tem uma relação direta com a capacidade do aluno de se apropriar do conhecimento e noções do jogo que lhe permite realizá-lo de forma própria e eficiente.

3- Dimensão Afetivo-Social – Este domínio diz respeito ao agir, interagir e reagir com outras pessoas, envolvendo sentimentos. Como o homem é um ser social, que vive em comunidade, ele tem que se relacionar com outras pessoas. No ato de relacionar-se com o outro, surgem inúmeras situações de conflitos, que são importantes na medida em que se possibilite aos alunos tentar resolvê-las, desenvolvendo em si competências comunicativas e sociais. A auto-estima é importante, pois, além de favorecer a aprendizagem, fazendo com que o iniciante tenha a capacidade de desempenhar com coragem, segurança uma determinada tarefa, contribui para que ele se sinta bem socialmente. Neste sentido os jogos colocam o iniciante frente a desafios sociais a serem vencidos, pois ele tem que resolver problemas que o jogo lhe apresenta de forma coletiva e individual, discutindo, estabelecendo regras e agindo de comum acordo com os colegas da equipe.

Objetivos Atitudinais em Relação aos Jogos Condicionados

- Aceitação de competir com os outros e não rivalizar.
- Predisposição para criar, transformar e adaptar regras que dêem prioridade à inclusão de todos.
- Reconhecimento e valorização de atitudes não discriminatórias quanto habilidade, sexo e outros...
- Valorização dos jogos como integração social.
- Cooperação e aceitação das funções atribuídas dentro das atividades.
- Valorização e respeito pelas sensações e emoções pessoais dos colegas.
- Respeito ao limite pessoal e o limite do outro.
- Respeito à integridade física e moral do outro
- Predisposição para cooperar com o colega e grupo nas situações de aprendizagem.

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Autor: Otávio Nogueira Balzano